sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Palavras
As relações são destruidas pelos "OU"s
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
DA MORTE VOLTA SEMPRE EM VIDA
Que hei-de eu fazer
Eu tão nova e desamparada
Quando o amor
Me entra de repente
P´la porta da frente
E fica a porta escancarada
Vou-te dizer
A luz começou em frestas
Se fores a ver
Enquanto assim durares
Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas
P´ra te ter
P´ra que de mim não te zangues
Eu vou-te dar
A pele, o meu cetim
Coração carmesim
As carnes e com elas sangues
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
é cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
E se um dia a razão
Fria e negra do destino
Deitar mão
À porta, à luz aberta
Que te deixe liberta
E do pássaro se ouça o trino
Por te querer
Vou abrir em mim dois espaços
P´ra te dar
Enredo ao folhetim
A flor ao teu jardim
As pernas e com elas braços
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês, é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Mas se tudo tem fim
Porquê dar a um amor guarida
Mesmo assim
Dá princípio ao começo
Se morreres só te peço
Da morte volta sempre em vida
Às vezes o amor
No calendário, noutro mês é dor,
É cego e surdo e mudo
E o dia tão diário disso tudo
Da morte volta sempre em vida
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
AMAR
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
SSDL 2
Sua Santidade o XIV Dalai Lama costuma apresentar-se como um "simples monge budista".
Para quem não se apercebeu no Pavilhão Atlântico e antes de entrar na sala, Sua Santidade esteve com 3 pessoas com problemas de saúde muito dificeis.
Quando entrou em palco começou por esclarecer que não era um Deus mas um simples homem, que não tinha poderes de curar.
Contou que numa viagem aos Estados Unidos uma vez um Americano grande lhe apertou energicamente a mão e com isso magoou-o num dos seus dedos. "Se houver alguem na plateia capaz de curar o meu dedo eu agradeço".
Nas suas comunicações e visitas a todo o mundo, S.S. tem proposto e ensinado valores fundamentais como a compaixão, a tolerância e o perdão. S.S. o Dalai Lama assinala três objectivos de vida com os quais se sente particularmente comprometido :
1. Defesa de Valores Humanos
O primeiro objectivo de S.S., enquanto ser humano, consiste em servir a humanidade e o mundo. O vencedor do Prémio Nobel acredita que valores humanos fundamentais como a compaixão e a paciência constituem a verdadeira fonte da felicidade. Estas atitudes não são necessariamente decorrentes da fé religiosa. Todos os seres humanos têm em si o potencial da compaixão e da não-violência. O Dalai Lama tem assim como objectivos fundamentais a promoção destes valores interiores como a compaixão, a tolerância, o amor, a bondade e a paz.
2. Defesa de um relacionamento harmónico entre as religiões
Enquanto monge budista e praticante religioso, o Dalai Lama tem como intenção a defesa e promoção da harmonia entre as diferentes tradições religiosas. Todas as religiões têm na sua base os mesmos valores éticos como a compaixão, o amor, a bondade e a misericórdia. Todavia, uma vez que os seres humanos têm diferentes temperamentos e inclinações é importante e necessário que existam diversas religiões no nosso mundo. A compreensão mútua, o respeito e a consideração constituem assim as condições prévias a uma relação harmónica entre as diferentes tradições.
Num dos seus ensinamentos em Lisboa, Sua Santidade insistia que mudar de religião não é importante porque em todas encontramos os mesmos valores e fundamentalmente a compaixão. O segredo está em como nós as vivemos.
3. O Bem-estar do povo tibetano
Enquanto líder do povo tibetano, S.S. o Dalai Lama sempre se tem preocupado com o destino do Tibete, trabalhando incansavelmente por uma solução não violenta da questão tibetana. Nas suas viagens e encontros de discussão com políticos e representantes dos media, o Dalai Lama insiste na necessidade de ser reconhecido aos tibetanos o direito a uma verdadeira auto-determinação.
Se isto não é bom senso então o que é?
SUBIDA DO GUADIANA
Estacionámos uns momentos no cais de Mértola e conversámos com um Senhor que nos disse ser possivel subir mais 11 quilometros até aos canais, mas visto a condição do açude dos moinhos a montante da ponte não nos pareceu nada fácil.
Em contrapartida, uma descida dos Canais até Mértola de canoa, é uma perspectiva a ver a curto/médio prazo.
Feita a conversa com o simpático Mertolense, voltámos ao Pomarão para comer qualquer coisinha.
A nós trouxe-nos um dia maravilhoso num fim de semana fantástico. Levou-nos a ver coisas bonitas, a vencer dificuldades e a realizar um sonho - nós.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
NOTAS MUITO BÁSICAS
Sua Santidade Dalai Lama tem de facto o dom de espalhar esse bom senso ao nos recolocar no valor mais fundamental - a felicidade dos outros. Só se os outros forem felizes é que nós podemos também ser; a chamada COMPAIXÃO (não dos coitadinhos mas daqueles que nos rodeiam e que amamos).
Não é uma questão desta ou daquela religião e muito menos uma questão religiosa. É uma questão de bom senso, de humanidade, de valores tão básico que vem do leite materno.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
FOTO
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
VISITA DE DALAI LAMA
sexta-feira, 20 de julho de 2007
"O MEU TIO HENRIQUE"
Os seus estudos na Sorbonne em Arquitetura Moderna, foram demorados, como tradicionalmente, pelos atractivos de uma vida boémia entre as Folies das Bergéres.
Aos 30 anos foi para África tendo viajado entre Angola e Moçambique por terra já que a água lhe causava alergias e borbulhas na pele. Perito em fauna e flora africanas a sua casa era um verdadeiro museu e quando regressou em 1925 era um homem rico do ponto de vista financeiro, de conhecimentos cientificos e de experiência da vida
Contraiu matrimónio com Lorette Fonseca que conheceu num baile de apresentação à sociedade da sua irmã mais nova - Sinclair.
Após 3 anos de matrimónio foi a graça de deus que lhes trouxe um filho varão, forte como o pai e inteligente como a mãe.
A ligação entre entre Henrique e Lorette for gravemente afectada pela infidelidade da sua mulher que o obrigou a vários anos de tratamento contra a sifilis.
Ir a casa do tio Henrique era viajar no tempo e no espaço. Ouvir as suas histórias uma experiência que nos fazia mexer no assento como se nos desviassemos dos leões ou corressemos para apanhar a girafa. A melhor de todas, aquela em que perante o rugido que vinha do meio do arvoredo selvagem toda a caravana fugiu e só o Henrique Anselmo, de Pinhancourt pois não, ficou - algures entre o corajoso idiota e o paralisado pelo medo.
Lentamente ergueu a arma que apontou para a frente para o folhedo verde agitado como que por mera inquietação.
Do meio do nada entre a vegetação surgiu o Hambambe da tribo Makhuwa que tentava salvar-se de uma pantera esfomeada que via nele um pitéu. O tio disparou, não tendo atingido a pantera mas fazendo o barulho suficiente para afugentá-la.
Hambambe tornou-se uma amigo leal e igual do tio Henrique e acompanhou-o até ao fim dos seus dias (vivendo em Lisboa com o sacrificio que podem imaginar).
Foi com ele que o Tio reforçou a sua convicção de o seu destino era por ele mesmo governado e não tanto pelo fado de Portugal.
Hambambe contava-lhe que havia vários tipos de homens, entre os quais os Makhuwa e os Sena - Se uma mulher Sena fosse infiel ao marido o marido suicidava-se - se uma mulher Makhuwa fosse infiel ao marido o marido batia-lhe a ela e ao Sena.
No hall de entrada o seu busto imponente, os cabelos encaracolados, o nariz partido por uma cadeira naquela discussão na Rive Gauche, os olhos vivos que mesmo de pedra se tornavam azuis e aquela marca da familia que ainda hoje perdura - as orelhas.
P.S. O tio Henrique nunca existiu, nem há nenhum tio Henrique na minha familia. Era um busto no chão do Jardim de Paço de Arcos, no fim da feira das velharias, partido das arrumações ou das quedas -mas um olhar simpático que não me importava de ter tido na familia.
Mas não faz mal, poupei 40 Euros :)
quinta-feira, 5 de julho de 2007
MOCA II
Não se vê mas em frente a mim está um belo prato de camárões (médios que o patrão não é ASSIM tão rico), com batatas fritas. E perguntam vocês : E tens direito a comer camarões? E eu digo : Tenho quando me mandam para sitios onde apesar de avisar a empregada que o prato vinha a entornar o molho... ela continuou até acertar nas calças.~
Beijos aos meus leitores favoritos - que são todos os que sabem desta modesta prosa e obrigado pelo vosso apoio
terça-feira, 3 de julho de 2007
MOCA I
De volta depois de 25 anos, não está nada na mesma.
Mais moderno, mais bonito, mais aberto! Ou então sou eu que fiz uma transição brusca entre a desconfiança de um não africanista pela surpresa agradável de ver os meus referênciais bem melhorados.
Conduzir à esquerda com 3 pecados mortais :
- Entrei pelo lado errado do carro
- O comando do limpa-para brisas é do lado errado do volante. Creio que os outros condutores não perceberam para que lado eu queria virar
- Numa rua estreita vinha um carro do outro lado que pacientemente esperou que eu deixasse de me encostar à direita e fosse para a esquerda
Mas ainda aqui estou. Vivo e o carro não tem mais riscos do que os que já tinha :=)
Na foto o caminho para o Costa do Sol, no Domingo com muito vento. Ao longo da estrada muito mais construção, moderna e quase bonita embora desenquadrada destes longos quilometros de praia branca e agua castanha. Até tem "antros" !!!
sábado, 23 de junho de 2007
Miro
segunda-feira, 11 de junho de 2007
ORCA VIII
Foi-se o CHOURIÇO, veio a ORCA VIII, menor fisicamente mas não ficando a dever nada em espirito.
No dia de estreia, qual cavalo selvagem, cuspio os donos a estibordo - sim o bordo das estrelas - com a idade, peso e trapio que se lhe reconhecem.
Eu explico, é que o mar estava picado e a ORCA não andava mais do que aquilo, batendo um pouco... até chegar àquele mar mais calmito perto da curva dos pinheiros e eu apertei o botão. E não é que a mota saiu para bombordo e nós para o outro bordo... pelo ar!
Mais leve, a Liliana veio à superficie e viu-se só na vastidão do mar (em frente à praia de Caxias). Eu mais pró tronco demorei mas lá a vi a sorrir, sem os óculos que hoje devem fazer mais felizes uma casal de gorazes ou mesmo cachuchos.
E nós qual cordeirinhos animados lá voltamos, de forma subserviente e olhar cambisbaixo, para o seu dorso alado.
Fotografias dos bonecos a saltarem pelo ar que nem uns malucos também eu queria para me rir convosco.
Das peripécias da outra mula - a terrestre - a cavalgar sobre as pedras e pernas... é melhor que não conte... já agora, aqui vai. Andava eu a acelerar sobre o capim (felizmente sozinho) quando me apareceu uma de tamanho razoavel para levantar a moto e a deixar assente em cima da dita cuja. Bom, não foi muito mau, já que uma aceleradela mais e a moto passou por cima da pedra.
Eu fiquei a pensar que já chegava e dei meia volta para ir para casa... à mesma velocidade tendo encontrado uma nova e maior pedra sobre a qual a mota decidiu ficar assente mesmo... nem para a frente nem para trás. Desmontei e com aquela irritação de que só estes Santos são capazes, puxei a mota para trás!
E não é que ela veio? Tal foi a surpresa que fiquei sentado no chão com a perna direita à mercê da roda da mota que a cavalgou com doçura. Não foi bom mas ficou inteira e lá fui eu "devagarinho" para casa.
Ganda fim de semana
sexta-feira, 18 de maio de 2007
ATÈ JÀ
TABERNA MARITIMA
Porquê?
Porque 1 é sempre a que me vem à cabeça com o cheiro a vinho (leia-se copos de 3) serradura no chão e os costumeiros sentados nos bancos de olhar vidrado encostados às paredes.
Porque 2 Ali se compravam uns rebuçados brancos com riscas encarnadas que não sabiam a nada como tanto coisa hoje na vida...
Porque 3 ... e outros de mentol para enganar o cheiro a tabaco como hoje se enganam outras coisas na vida ...
Porque 4 e também ali se compravam as minhocas para o isco da pesc, tema a que "se Deus quiser" havemos de voltar.
MARITIMA
Porque é o salgado! o mar fica e se entranha - quem passou além do Bujador, passou além da dor - ver foto que quem não a entender não deve ler este blog;
Porque a água é o unico elemento que nos toca com caricia de malicia;
Porque nascemos da água e à agua quero voltar.
SERGIO GODINHO
É que há gente que tem o direito de desafinar e ele é um deles.
Não procurem a harmonia total da musica, o alinhamento entre a voz e os instrumentos ou nem sequer a coincidência de ritmo entre eles, mas sim toda uma mensagem que percorre vários estilos de musica (uns mais apeteciveis que outros) e se detém sob as palmas humidas das palpebras nos êxitos mais antigos, mais de intervenção.
Que saudades hipocritas de um tempo em que a criatividade era estimulada pela pressão social e politica - que fantásticos os seus resultados.
Pena! Sempre pensei que o Sérgio Godinho fosse mais alto
Ligação directa no tempo e no espaçõ. Valeu a pena quase não jantar.
quinta-feira, 17 de maio de 2007
ESTE BLOG QUE VOS DEIXO...
A verdade é que sempre gostei de escrever e as tentativas de qualquer coisa longa não correram bem... sou demasiado sintético.
O choque é que este blog foi "inspirado" por uma pequena surpresa da vida, re-bem-vinda Carminda e obrigado.
Do nome : Taberna por ser um tipico local de convivio como gostaria que este fosse; Maritima porque quem andou no "salgado" fica com ele na pele e na alma. E foi o mar que nos deu e o mar nos há-de levar.
Se servir estas duas ideias, perfeito. Senão servir, ficou o gozo de aprender mais alguma coisa e de me ter obrigado a pensar.