terça-feira, 17 de março de 2009

Marajás do futuro

A actual crise económica veio revelar a fraqueza da especulação por muito que as riquezas rápidas nos tenham feito sonhar.
No cenário de hoje, como em todos os períodos dificeis, temos que aprender.
Sabemos que o modelo de instituições de supervisão tem que mudar - não é BP?
Sabemos que o Pai Natal não existe e não há aplicações com juros de 50%
Sabemos que o valor das empresas e portanto das suas acções deverão ter uma parte que corresponde ao valor real da companhia e uma pequena percentagem de especulação
E que as bolsas são de facto uma fonte de funcionamento mas a derivada do lucro é a especulação e a derivada da especulação é a crise
Que o país significativo que menos sofre com a crise é a India. A India?
Sim, porque só 20% da sua economia dependa das exportações, porque 80% é mercado interno de uma classe média extensa e economicamente activa, contrariamente à maioria dos paises para quem a sua classe média, o seu mercado interno, foram completamente subalternizados.
Explica-se também assim o facto de, estando na genese da crise, os Estados Unidos sofrerem menos do que a Europa com a crise.
Explica-se também assim o enorme impacto que a mesma teve na Alemanha.
Quanto a nós, somos mesmo fraquinhos e abertos a tudo o que de mau os ventos nos trazem.
Mas sigamos a logica da India e tomemos como factores de sucesso e resistência às crises a potência do mercado interno, o cuidar da classe média, e a menor dependência do nivel de exportações.
Só o facto de socialmente se perspectivar uma sociedade maioritariamente com classe média realizada, feliz, economicamente activa e atenta, faz-me sonhar de novo com igualdade, fraternidade e liberdade - não essa das moedinhas dos Franceses mas uma real, vivida hoje e que nos dê confiança no nosso futuro e no dos nossos filhos ... e NETOS

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